Boa leitura!

Abra-se, sinta o cheirinho penetrar nas suas narinas e o abraço envolver o seu corpo. Respire fundo, não tenha medo!
Entre neste mundo que não é só meu, viaje comigo e deixe-se levar.

15 de maio de 2013


Signo? Leão
Teimosa? Um pouco...
Indecisa? Quem sabe medrosa...
Organizada? Dizem que muito.
Sonhos? Alguns abandonados.
Franca? Deveria me segurar mais.
Ciúmes? Tenho sim.
Momentos? Alguns bons outros... nem tanto.
Bons? Viagens inesquecíveis.
Ruins? Perdas.
Cor? Azul e vermelho.
Mentira e omissão? Insuportáveis.
Espiritualidade e crença? Necessárias.
Flor? Do campo.
Animal? Cachorro.
Infância? Ursinhos Carinhosos.
Futuro? Primeiro o presente.
Presente? Fechar alguns ciclos.
2013? Incógnita.
2014? Falta muito ainda. 
Assim sou eu...



Não é incomum pegar-me pensando em coisas que talvez eu gostaria de ler ou realmente falar; porém, sempre deixei os pensamentos no lugar que julgava devido “dentro de mim” e não os trazia à tona. Em alguns casos por achar besteira; em outros por considerar algo passageiro, reflexo de uma determinada situação; ou então por descrédito. Não do pensamento tido, mas da ação-reação.
Pois bem, eis que em um belo dia, lendo-relendo algumas leituras, deparo-me com algo do tipo: “escreva tudo o que vem a sua cabeça”. Senti aquilo como algo propositalmente direcionado a mim e, por isso, aqui estou, a colocar meus pensamentos para fora. Não sei exatamente no que isso irá dar, tampouco se irá dar em lugar algum, todavia, sinto que a passagem pensamento – digitação – leitura me faz um pouco melhor. Dessa forma, consigo melhor colocar as ideias no lugar.
Talvez vocês me entenderão ou, quem sabe, irão me considerar como alguém que decidiu “falar”. Tudo bem, isto não é problema para mim, todavia, nos últimos tempos, procurei não “falar” tanto, acho que consegui, mas – em contrapartida – isso me provoca sensações que não combinam muito comigo.
Vamos em frente: o ato de falar... falar muito, incomoda as pessoas. Quando me refiro ao ato de falar em si, quero dizer pôr para fora aquilo que penso, aquilo que acho certo, aquilo em que acredito, sem pensar na tal ação-reação. No entanto, muitas vezes, isso provocou discussões descabidas e a escuta de termos chulos como “ela se acha”. Bem, tentei dar um tempo aos meus ouvidos, calei-me... calei-me... escutei... escutei... Não é a toa que isso tirou a juba da leonina que sempre esteve presente em mim.  Tirou sim, mas apenas temporariamente.
Só que chega uma hora que tudo cansa, acordar cansa, vestir-se cansa, ficar sentada no sofá vendo o tempo passar também cansa. Cansa porque a ação passou a ser rotineira e rotina não faz parte da vida de quem gosta da liberdade de ir e vir, de quem gosta do diferente, de quem gosta dos prazeres da vida, de quem nasceu para ser feliz.
Foi a partir dessa rotina que a juba leonina reascendeu e explodiu. Acho que posso dizer assim: explodiu! Como um choque, passando toda eletricidade por meu corpo, vi-me ligar, vi-me abrir a boca até então calada, vi-me proferir aquilo que estava dentro do meu eu, escondidinho, mas que precisava sair. Porém, confesso que dessa vez, pensei na ação-reação, tive até medo da reação, mas ou reagia contra aquilo que estava fazendo-me mal, que estava se cristalizando dentro de mim, ou... ou...
Pois bem, disse! Não gritei, não alterei o tom de voz tornando-o agressivo, apenas falei... apenas falei aquilo que estava engasgado, incomodando-me. Qual a reação de meu locutor? Talvez aquela que eu não esperava, foi o tal ou... Com isso, precisei refletir algumas questões: quem sou e o que significo?
O que parecia duradouro se dissipou diante dos meus olhos como se nada pudesse fazer. Claro que nada é muita coisa, mas para quem normalmente não tem papas na língua, naquele momento preferi me calar, afinal, tratava-se de um momento de conflito, foi essa tática que segui, sei lá se posso chamar isso de tática ou de bom senso momentâneo. Quem ali me olhasse, apenas via uma pessoa seca, uma pedra bruta, intocável, porém, quem sentisse a minha alma, enxergaria o sangue correr, o âmago tomando conta e petrificando o pensamento.
Novamente repito: momentâneo, mas por quê? Simplesmente porque o sexo feminino é sim frágil, desculpem-me quem não pensa assim, mas é frágil em controlar as emoções, é frágil em lidar com os sentimentos, é frágil em organizar os pensamentos. É frágil e ponto! Essa fragilidade também me dominou, não exatamente no momento da ação-reação, mas após o “ou”. Como de se esperar, se o coração manda, se faz: escreve-se, liga-se, procura-se... Agora pergunto: será que é o coração quem manda ou a falta de juízo?
Prefiro acreditar no coração, apesar das recomendações recebidas. Ora, quem gosta, ou melhor, quem ama não deve ter vergonha, medo receio... seja lá o que for. Muito pelo contrário, precisa querer acertar os ponteiros, saber no que errou e por que errou e se pôr em prova, tentar – ao menos – mudar. Uma conversa que, porventura, teve como objetivo refletir para uma nova ação-reação de mudança para o bem de ambos, não deveria ter um fechamento puft, conturbado, inesperado. Quem sabe, aquele tempinho a sós, de introspecção, tenha podido aliviar as amarguras, o estado de tensão, o estado de latência daquilo que estava lá, escondidinho e guardado, mas que em poucos minutos veio à tona.
Quando se ama, se busca o acerto, busca-se o diálogo, expor aquilo que não está legal, mas juntos tentarem uma inversão. Por que não está legal? Por que mudamos? Por que não somos mais os mesmo? Algumas respostas rápidas logo poderão ser pronunciadas: trabalho, estudo, trabalho, estudo... Mas a resposta que acredito mais significativa é esta: falta de compreensão das duas partes. No jogo do amor, o trabalho e o estudo afogaram o tempo da amizade, do companheirismo, dos momentos a sós. Afogaram sim, mas acredito que não a ponto de matar, nada que um novo fôlego e uma nova recuperação não consigam proporcionar todo o oxigênio necessário para um começo-recomeço-continuação.
Quero acreditar nisso, preciso acreditar nisso para não matar o que há em mim, para ainda me sentir viva. Não espero um não, não espero o fim de nada. Espero apenas que juntos consigamos compreender a atual situação sem mágoas, e unidos, dando força um ao outro, consigamos superar essa provação. 

Cristiane Dagostim - 15/05/2013, às 20h45min